A academia localizada em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, onde a jovem Dayane de Jesus, de 22 anos, morreu enquanto realizava exercícios físicos, voltou a ser alvo de críticas neste fim de semana após apagar todos os comunicados anteriores sobre o caso de suas redes sociais. Neste sábado (24), o estabelecimento publicou uma nova nota oficial, em meio à comoção e à indignação da família da vítima e da opinião pública.
O episódio ocorreu no início da semana, quando Dayane sofreu um mal súbito durante uma atividade na academia. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu. A ausência de um desfibrilador externo automático (DEA) no local foi um dos pontos que motivaram a interdição temporária da academia pela Polícia Civil. A unidade, no entanto, retomou as atividades após os proprietários adquirirem o equipamento e apresentarem à fiscalização, o que permitiu a reabertura.
O gesto de retomar o funcionamento tão rapidamente e o conteúdo dos comunicados emitidos pela direção do estabelecimento causaram revolta entre familiares e usuários. Um dos posts, feito na última quinta-feira (22), anunciava o retorno às atividades e incluía uma mensagem polêmica direcionada a quem discordasse da postura da empresa. “Mas também serviu para ver qual cliente/funcionários fecham com a empresa. Aos que trabalham na empresa como personal e discorda, cai fora… Ninguém está aqui obrigado… A empresa tem dono! Não gostou, é só sair…”, dizia o comunicado, que foi posteriormente deletado do perfil oficial da academia.
A atitude foi interpretada como insensível por muitos seguidores e frequentadores do local, especialmente pela família de Dayane. Raphael D’Ávila, amigo próximo da família, revelou que a mãe da jovem, Rose de Jesus, ficou abalada ao ver a mensagem:
“Ela me encaminhou a imagem e perguntou: ‘Eles estão debochando da minha filha?’”.
A nova nota publicada neste sábado tenta adotar um tom mais institucional, mas não menciona diretamente a exclusão dos comunicados anteriores, tampouco esclarece se haverá alguma mudança na política de atendimento emergencial da unidade ou no acolhimento à família da vítima.
O caso segue sob investigação. A Polícia Civil analisa imagens de câmeras de segurança da academia e laudos médicos para apurar as circunstâncias exatas da morte de Dayane e verificar se houve negligência por parte do estabelecimento. Especialistas em educação física e medicina do esporte também têm se manifestado nas redes, cobrando fiscalização mais rigorosa e a exigência do uso de equipamentos de emergência em academias de todo o país.
Dayane de Jesus, que era descrita por amigos como uma jovem alegre e dedicada aos estudos, será homenageada por colegas da universidade e moradores da região com uma caminhada silenciosa no próximo domingo, em frente à academia.
Por Redação Gazeta Rio