Ricardo Bernardes
O primeiro ano do governo de Lula já passou. Grandes desafios que pareciam intransponíveis no primeiro momento foram se dissipando ao longo do ano. Além de receber o governo desmantelado, enfrentou já no início de 8 de janeiro ações antidemocráticas que tornaram mais evidente que a oposição estava disposta a infernizar o seu mandato. Curioso que nesse episódio os parlamentares alinhados a esse ato ficaram afastados da massa esperando colher os resultados. Diferente das manifestações durante o governo passado que faziam questão de estar na linha de frente.
No entanto, a resposta aos atos foram imediatas e dentro da lei. Os excessos foram identificados como também os responsáveis.
Lula não se envolveu nas apurações. Deixou que as instituições funcionassem. Venceu essa batalha e isso garantiu a governabilidade.
Os parlamentares que não eram aliados do presidente legitimamente perceberam que o projeto derrotado nas urnas não atenderiam as suas aspirações de poder nem as propostas conservadoras de país. A partir desse momento o governo costura uma base aliada para avançar em pautas cruciais. É uma aliança frágil, mas representa interesses legítimos e afasta parte dos deputados de um projeto de poder sem futuro na área econômica e social, o que jogaria o país num abismo indescritível.
Lula sai no primeiro ano vencedor com a recriação do Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. Consegue colocar nos trilhos o Ministério da Saúde. Garante uma política de reajuste real do salário mínimo.
Os efeitos positivos da economia já vai chegar no bolso do trabalhador. Entretanto, ainda enfrentará uma polarização na política acirrada. Sem esquecer que ano eleitoral sempre é importante para entender o planejamento do segundo tempo da partida.