Após um período de inatividade no conflito com o Vasco, a 777 Partners voltou a se movimentar no início de 2025. A empresa contratou novos escritórios de advocacia no Brasil e questionou a imparcialidade da árbitra indicada pela associação vascaína na Câmara de Arbitragem. Em 9 de janeiro, a 777 registrou um pedido de esclarecimentos, no qual destaca a atuação de Ana Tereza Basílio, presidente da OAB-RJ, que tem parceria profissional com Paulo Salomão, vice-presidente do Vasco e um dos responsáveis pelas ações jurídicas que retiraram o controle da SAF dos americanos.
Ana Tereza Basílio e Paulo César Salomão Filho atuam juntos em recuperações judiciais de grandes empresas, como as Lojas Americanas e a Oi, o que foi levantado pela 777 como um possível conflito de interesse. A Câmara de Arbitragem, criada na Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi designada para resolver o impasse entre o Vasco e a 777 sobre a SAF. A escolha dos árbitros deveria ser um dos primeiros passos, mas o processo encontrou obstáculos logo no início.
Paula Andrea Forgioni, indicada para presidir a comissão de arbitragem, desistiu da função após sua nomeação ser contestada, deixando a mesa sem presidente. Com isso, restaram apenas os dois membros indicados pelas partes: Ana Tereza, pela associação vascaína, e Maurício Almeida Prado, pela 777. O Vasco busca a rescisão dos contratos que selaram a venda de 70% da SAF para os americanos, enquanto a 777 quer retomar o controle do clube-empresa. Sem a definição dos árbitros, o processo tende a se arrastar.
Além disso, as movimentações da 777 indicam uma tentativa de retomar sua posição no mercado, com os sócios Joshua Wander e Steven Pasko sendo pressionados por credores, como a seguradora A-Cap, que busca recuperar os investimentos feitos nos clubes. A contratação dos novos escritórios de advocacia no Brasil sinaliza uma tentativa de reação por parte dos americanos para se manterem envolvidos na venda de seus ativos no futebol.