O economista Ricardo Teixeira, coordenador do MBA de Gestão Financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE), explica os motivos que levam ao endividamento.
“A principal causa do endividamento é, sem dúvida nenhuma, a falta de planejamento.Quando uma pessoa, por exemplo, vai fazer uma compra parcelada em 12 vezes, ela sempre pensa se aquela parcela que ela vai está pagando cabe no orçamento mensal, mas esquece daquelas despesas que são sazonais que acontecem uma vez por ano”, destaca.
O endividamento dos consumidores caiu em outubro de 2022, mas cresceu entre janeiro e fevereiro de 2023 com orçamentos apertados pelas despesas típicas do início do ano e se manteve estável em março e abril. A estimativa da CNC é de que a proporção de endividados volte a crescer em julho deste ano.
Para Teixeira. à medida em que as pessoas ficam mais endividadas, sobra menos dinheiro para que elas possam fazer até mesmo as compras no dia a dia. Nesste contexto, ele ressalta quais são os impactos que o cenário de endividamento pode causar nos setores de comércio e serviço.
“Quando a gente tem uma sociedade muito endividada, a gente começa a perceber que até as compras mensais das famílias começam a ser reduzidas para que elas não entrem no vermelho e não tenham o seu nome colocado em cadastro de maus devedores. Então, sempre que existe um alto nível de endividamento por parte da sociedade, a gente também vê atividade econômica, de certa forma, ser reduzida por conta de uma demanda menor e uma demanda menor porque as pessoas estão endividadas” destaca
Ainda de acordo com o levantamento da CNC, a melhoria da renda disponível com a evolução do mercado de trabalho e o alívio da inflação ajudaram a diminuir a quantidade de consumidores que atrasaram suas dívidas em abril. O indicador caiu pelo quarto mês consecutivo, com uma redução de 4 pontos percentuais, correspondendo a 29,4% do total de famílias, abaixo da média trimestral (29,7%).
A taxa de juros média em todas as operações de crédito com recursos livres às pessoas físicas atingiu 58,3% ao ano em março, ou seja, 8,7 pontos maior do que no mesmo mês do ano passado, de acordo com os dados do Banco Central.
Por- Brasil 61