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“AMAR NÃO É CRIME”, DIZ YOUTUBER RUSSO SOBRE NAMORADO QUE SERÁ DEPORTADO PARA A CHINA

Gela Gogishvili, 23 anos, contou o drama ao Correio, denunciou que governo Putin promove caçada a pessoas LGBTQIAP+ e descreveu a situação de Haoyang Xu, 21

“Ele é o amor da minha vida. Nós enfrentaremos todas as dificuldades juntos. Ele é a pessoa com quem envelhecerei.” Assim o russo Gela Gogishvili, 23 anos, descreveu ao Correio o namorado, Haoyang Xu, 21, que em 2019 trocou a cidade de Chengdu, na província chinesa de Sichuan, para estudar russo em Kazan, 830km a leste de Moscou. O casal costumava publicar vídeos na rede social TikTok e no YouTube, onde contam com 67,6 mil inscritos.

Com o tempo, tornaram-se estrelas do mundo virtual. Em alguns desses vídeos, eles se abraçam, recriam cenas de beijos envolvendo bissexuais e falam sobre a primeira relação sexual. No entanto, agora Xu está preso, foi julgado e condenado à deportação para a China.

“Nós fomos detidos pela polícia sob a acusação de promovermos os valores LGBTQIAP+ e não tradicionais, e a reatribuição de gênero. Por causa de nossos vídeos inocentes e fofos no YouTube e no TikTok, onde partilhamos nossas vidas e mostramos que nosso relacionamento é o mesmo de qualquer pessoa”, afirmou Gela, em entrevista por meio do Instagram. Ele contou que Xu foi detido em 5 de abril e levado a julgamento um dia depois. “A Justiça o considerou culpado de disseminar a propaganda LGBTQIAP+ e o condenou a uma pena de sete dias de prisão, além de deportação da Rússia para a China. Meu namorado foi levado, algemado, como se fosse um criminoso, para local desconhecido”, acrescentou.

Gela descobriu que Xu estava confinado no Ministério de Assuntos Internos, em uma cela com outros criminosos. Depois de sete dias, o rapaz chinês foi transferido para um centro de detenção provisória, em outra cidade, Naberezhnye Chelny, a 237km de Kazan, onde aguarda a deportação. “Nos primeiros dois dias de detenção ali, ele não recebeu comida, apenas água suja. Os policiais até mesmo tiraram-lhe o cobertor, e ele passou frio. Agora, fui capaz de enviar-lhe comida com a ajuda de moradores da cidade que se inscreveram em nosso canal no YouTube.”

Gela descobriu que Xu estava confinado no Ministério de Assuntos Internos, em uma cela com outros criminosos. Depois de sete dias, o rapaz chinês foi transferido para um centro de detenção provisória, em outra cidade, Naberezhnye Chelny, a 237km de Kazan, onde aguarda a deportação. “Nos primeiros dois dias de detenção ali, ele não recebeu comida, apenas água suja. Os policiais até mesmo tiraram-lhe o cobertor, e ele passou frio. Agora, fui capaz de enviar-lhe comida com a ajuda de moradores da cidade que se inscreveram em nosso canal no YouTube.”

 

Por- CB

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