ALCKMIN CRITICA PROTECIONISMO DE TRUMP: “O BRASIL NÃO É PROBLEMA PARA OS EUA”
Ainda segundo o presidente em exercício, a orientação do presidente Lula “é avançar nas negociações” com Washington
Em discurso durante o seminário Rumos 2025, promovido pelo jornal Valor Econômico em São Paulo, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), destacou a importância do multilateralismo nas relações comerciais e lamentou as propostas protecionistas do governo dos Estados Unidos sob a liderança de Donald Trump. Segundo Alckmin, o Brasil manterá sua tradição de diálogo e abertura ao comércio internacional, reiterando que o país não representa ameaça comercial aos norte-americanos, relata o jornal O Globo.
“Vamos defender o multilateralismo. O Brasil não é um problema para os EUA, que tem superávit de US$ 25 bilhões com o nosso país. Nossa tarifa média sobre produtos americanos é de 2,7%”, afirmou Alckmin ao comentar o novo cenário internacional diante da mudança de postura da Casa Branca. O Brasil, de acordo com ele, seguirá atento às medidas comerciais que serão anunciadas pelo governo dos Estados Unidos em 2 de abril.
O seminário realizado no Hotel Rosewood reuniu lideranças políticas, economistas e especialistas em geopolítica e mudanças climáticas para debater os caminhos do Brasil nos próximos anos. No evento, Alckmin ressaltou que, em encontro recente com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, apresentou dados que evidenciam a interdependência das economias dos dois países.
O presidente em exercício citou como exemplo a elevação das tarifas dos EUA sobre o aço brasileiro em 25%, lembrando que o Brasil é o terceiro maior comprador de carvão siderúrgico dos Estados Unidos. “Defendemos o ganha ganha. Os EUA são importantes para o Brasil do ponto de vista comercial. É o país para quem mais vendemos produtos de valor agregado, como aviões, automóveis. Portanto, a orientação do presidente Lula é avançar nas negociações”, disse.
Entre os temas em debate com os EUA, Alckmin revelou que a adoção de cotas de exportação está entre as alternativas em discussão. O objetivo é preservar o acesso dos produtos brasileiros ao mercado americano sem romper os princípios do livre comércio.
Alckmin também comentou os planos de política externa do governo. Segundo ele, uma das razões da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Japão é justamente impulsionar o comércio exterior brasileiro. Ele observou que a China, para onde Lula deve viajar em maio, é atualmente o principal destino das exportações nacionais, enquanto os Estados Unidos seguem como o maior investidor estrangeiro no Brasil, com mais de três mil empresas atuando no país.
“Vamos defender sempre o livre comércio”, finalizou Alckmin, reafirmando o compromisso do governo com uma inserção internacional baseada em parcerias, cooperação e abertura comercial.
Por Brasil 247