“A ÚNICA DECISÃO SENSATA QUE O COPOM PODE TOMAR É REDUZIR A TAXA BÁSICA DE JUROS”, DIZ GLEISI
“A maior taxa de juros reais do planeta é hoje o maior obstáculo ao crescimento da economia e ao bem-estar da população”, defende a presidente do pt
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deu início nesta terça-feira (17) à reunião que deverá decidir os rumos da taxa básica de juros, a Selic. Com o mercado pressionando por um aumento, a medida, se confirmada, seria a primeira elevação da taxa em mais de dois anos. Atualmente, a Selic está em 10,5% ao ano, e qualquer ajuste pode ter um impacto significativo na economia brasileira.
Em meio às discussões, a presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), usou o Bluesky para expressar sua posição contrária ao possível aumento da taxa. “A única decisão sensata que o Copom pode tomar amanhã é reduzir a taxa básica de juros. No mundo capitalista inteiro os juros estão caindo, por que aqui seria diferente?”, questionou Gleisi.
A deputada destacou o custo exorbitante que os juros elevados têm imposto ao país. Segundo ela, o Brasil gasta aproximadamente R$ 100 bilhões por mês com o pagamento de juros da dívida pública, valor que representa 7,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no cálculo anualizado. Gleisi argumenta que esse montante poderia ser melhor utilizado em áreas sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que ampara cerca de 6 milhões de idosos e pessoas com deficiência.
“Aumentar 0,25 ponto na taxa Selic, como exige o mercado, custaria mais R$ 1 bilhão por mês”, afirmou, acrescentando que esses recursos beneficiam principalmente os “banqueiros” e aumentam a pressão sobre o equilíbrio fiscal. “São esses juros, pagos aos banqueiros, que de fato pressionam o equilíbrio fiscal de que tanto falam. E é o dinheiro que falta para enfrentar emergências”, reforçou a presidente do PT.
Gleisi também criticou o uso do risco de inflação como justificativa para um possível aumento da Selic. Para ela, a inflação está controlada e dentro das margens da meta, e as previsões de aumento de preços devido a desastres naturais não deveriam ser combatidas com juros altos. “A maior taxa de juros reais do planeta é hoje o maior obstáculo ao crescimento da economia e ao bem-estar da população”, disse.
Finalizando suas declarações, Hoffmann defendeu que o Banco Central, mesmo com sua autonomia, não pode agir de maneira alheia às necessidades da população e da economia real. “Por mais ‘autônomo’ que pretenda ser, o BC não pode submeter o país e o povo à ganância dos rentistas”, concluiu.
Por 247