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A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA EM NOVA IGUAÇU: UM RETRATO DA OMISSÃO PÚBLICA

As ruas de Nova Iguaçu, especialmente no centro da cidade, ostentam um triste espetáculo: o crescente número de pessoas em situação de rua. Sob viadutos, em calçadas e em tendas improvisadas ao redor da rodoviária, centenas de indivíduos lutam diariamente pela sobrevivência.

Números alarmantes:

Dados do IBGE de 2020, ainda sem considerar os impactos da pandemia, apontam para 4.077 pessoas em situação de rua em Nova Iguaçu. Entre elas, 63% são do sexo masculino, 37% do sexo feminino e 24% menores de idade. A faixa etária mais prevalente é entre 25 e 44 anos, com 44% da população. O nível de escolaridade é baixo, com 31% sem instrução e 38% com apenas o ensino fundamental incompleto.

A falsa solução das “quentinhas”:

A Prefeitura de Nova Iguaçu, através da Secretaria Municipal de Assistência Social, oferece diariamente cerca de 300 “quentinhas”, refeições quentes distribuídas em pontos estratégicos do centro. Apesar da boa intenção, essa medida se configura como um paliativo insuficiente e, por vezes, perverso.

Clientelismo e populismo:

A distribuição de “quentinhas” mascara a omissão do poder público em relação à criação de políticas públicas eficazes de combate à pobreza e à exclusão social. A falta de acompanhamento social, psicológico e profissionalizante perpetua o ciclo de vulnerabilidade, transformando a mendicância em um “modus vivendi” para muitos.

A necessidade de medidas urgentes:

É urgente a implementação de programas sociais abrangentes que atuem na raiz do problema, oferecendo:

Moradia digna: Criação de abrigos com acompanhamento social e profissionalizante.

Inserção no mercado de trabalho: Capacitação profissional e acompanhamento na busca por emprego.

Apoio psicossocial: Atendimento psicológico e psiquiátrico para pessoas com transtornos mentais e dependência química.

Reforço da rede de proteção social: Ampliação do acesso a benefícios sociais e programas de transferência de renda.

A população em situação de rua em Nova Iguaçu é um problema social grave que exige medidas urgentes e eficazes por parte do poder público. A distribuição de “quentinhas”, embora necessária no curto prazo, não pode ser vista como a solução definitiva. É preciso investir em políticas públicas que promovam a inclusão social e a dignidade humana.

Por Arinos Monge

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